Vaso de alabastro
“Seis dias antes da páscoa, Jesus chegou a Betânia, onde
vivia Lázaro, a quem ele ressuscitara dentre os mortos. Ofereceram-lhe ali um
jantar. Marta servia, e Lázaro estava entre os que se reclinavam à mesa com
ele. Então Maria tomou uma libra de um nardo puro, um perfume muito caro, ungiu
os pés de Jesus e os enxugou com seus cabelos. E toda a casa se encheu com a
fragrância do perfume”. (João 12.1-3)

Marta servia a todos, enquanto seu irmão Lázaro estava sentado junto com seu amigo Jesus. De repente, Maria, irmã de Marta e de Lázaro, entrou no lugar onde Jesus estava. Ela se aproximou de Jesus carregando um vaso de alabastro contendo uma libra de nardo puro (Jo. 12:3) e quebrou o vaso, derramando o bálsamo sobre a cabeça Dele (Mc. 14:3). O perfume era tão intenso que encheu toda a casa (Jo. 12:3). O nardo era um bálsamo raro extraído de uma planta nas regiões do Himalaia (Índia), e sendo um produto importado de longa distância era um artigo caro e raro. A quantidade citada na Bíblia (“uma libra”) equivale a cerca de 326 gramas. Este bálsamo poderia ter sido vendido por 300 denários (Mc. 14:5). Naquela época, um trabalhador recebia um denário por um dia de trabalho. Assim, o nardo derramado por Maria valia praticamente o salário de um ano de trabalho. Com este ato, Maria estava declarando que Jesus é mais precioso do que o mais puro nardo. Nesta história, uma das muitas lições que podemos aprender é a importância de quebrar o vaso. Em Mc. 14:3 diz: “... e, quebrando o alabastro...”. Por que Maria quebrou o vaso? Era mesmo necessário quebrá-lo? Ele não poderia ter sido poupado? Não seria possível derramar o bálsamo sem quebrar o vaso? Na verdade, não! Observe a foto inserida no início deste texto. Esta é uma imagem de um vaso de alabastro encontrado em Canaã (Israel) datado de aproximadamente 1400 – 1200 a.C.
O
alabastro é uma variedade do gesso, e era muito usado para fazer pequenos
vasos. O vaso de alabastro era pequeno, com cerca de 14 cm de altura. Seu corpo
era redondo, e ia afinando até o gargalo. Possuía uma pequena alça para que
pudesse ser carregado preso ao cinto. Ele era selado (ou tampado) no gargalo
para que o bálsamo não se perdesse e também para que o perfume fosse
preservado. Desta forma, para usar o bálsamo, a pessoa tinha que quebrar o
vaso. Para facilitar a quebra e para não correr o risco de quebrar demais o
vaso e perder todo o bálsamo, o vaso possuía umas ranhuras em forma de espiral
na altura do pescoço. Estas indicavam o local onde o vaso deveria ser quebrado
e serviam também para facilitar a quebra. Como o vaso tinha que ser quebrado,
não poderia utilizar apenas metade do bálsamo e guardar a outra metade. Era
necessário usar todo o bálsamo de uma vez só. Por este motivo, o vaso de
alabastro era pequeno, pois era a medida exata para caber uma quantidade
suficiente para ser aplicada uma única vez.
O
vaso de alabastro é criado justamente para isso. Ele é formado para guardar um
bálsamo precioso, e sabe que terá que compartilhá-lo com as pessoas. O vaso de
alabastro sabe que quando chegar o momento do bálsamo ser derramado, ele será
quebrado. Mas isso não lhe causa dor, pelo contrário, ele sente prazer porque
ao ser quebrado o perfume do bálsamo se espalhará pela casa toda, e todos
sentirão o suave odor daquela fragrância. Ser quebrado não é o ponto mais baixo
da história do vaso de alabastro. Pelo contrário. É o ponto mais alto. É para
isso que ele foi criado.
Sabe,
nós somos como o vaso de alabastro. Todos nós temos esse bálsamo dentro de nós.
Segundo a Bíblia, nós somos o suave perfume de Cristo. Não podemos trancá-lo ou
escondê-lo. Ele precisa ser compartilhado. Precisamos deixar que o vaso seja
quebrado, para que o bálsamo seja derramado. Só assim, todos sentirão o seu
suave perfume. Não lamente quando você for quebrado. Não lamente pela quebra do
velho vaso. Preste atenção ao perfume que o Senhor está derramando em sua vida
e através dela.
“Graças,
porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio de nós,
manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento. Porque nós somos para
com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se
perdem.”
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