quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O REINO DE SALOMÃO


Texto: I Reis 10: 1 - 13

1- A rainha de Sabá foi um dia à Jerusalém para conhecer a Salomão e prová-lo com perguntas e enigmas que guardava no coração. Ela havia ouvido falar da fama e das riquezas do rei Salomão e não acreditava totalmente no que lhe disseram. Ela não conhecia nada igual, por isso duvidou e no seu coração desejou constatar pessoalmente aquelas palavras. Na sua incredulidade ela partiu para Jerusalém, levando consigo os seus valores pessoais como quem quer impressionar e competir com quem vai se encontrar.

A pessoa que ouve falar da Obra do Espírito, geralmente duvida de que haja algo semelhante. Duvidando também de que a sabedoria e o reino do Senhor sejam um fato concreto. Mas quando ele vem à casa do Senhor para conhecê-Lo, sempre traz consigo toda a sua bagagem de dúvidas, medos, traumas, insegurança. Além dos seus valores materiais, culturais, religiosos, etc.

2- Salomão, que tipifica o Espírito Santo, disse-lhe tudo que havia no seu coração, nada deixou em oculto que não revelasse. A sabedoria de Salomão não era algo natural, mas ele a recebeu do Senhor, por isso a Palavra diz que não houve outro semelhante a ele em sabedoria.

O homem é um ser cheio de dúvidas e questionamentos e por mais que estude não consegue resposta para tudo que precisa saber, além disso existem coisas do profundo de sua alma que não podem ser respondidas através dos livros ou pesquisas. Somente o Senhor pelo seu Espírito pode dar ao homem as respostas satisfatórias para todas as suas dúvidas, e quando o homem vai ao Senhor, Ele revela o profundo e o escondido de sua alma, pois somente o Espírito sonda os corações e sabe o que se passa no seu íntimo. Através do Culto Profético o Senhor revela o que está no coração do visitante, mostrando suas necessidades à igreja pelos dons espirituais, a fim de que a pessoa entenda que o Senhor está presente para abençoar.

3- Outros detalhes que chamaram a atenção da rainha de Sabá:

a) A sabedoria de Salomão - A forma como a obra é realizada, sem escândalo, com equilíbrio, a maneira como os dons são administrados, etc.

b) A casa que edificara - A arquitetura do templo, a limpeza, a simplicidade, os jardins bem cuidados, etc.

c) A comida de sua mesa - A Palavra Revelada pelo Senhor, a qual sacia a fome do necessitado sem cansá-lo. A graça do Senhor manifestada na Palavra sem aquelas coisas que são típicas da religião (discursos longos e enfadonhos).

d) O assentar de seus servos - A reverência dos servos na Casa do Senhor, o respeito pela Sua presença (sem conversas dentro do templo, sem risos, etc.), a maneira como os servos se trajam, etc.

e) O estar de seus criados e os vestidos deles - Os criados são os obreiros que trabalham na assistência aos visitantes, servindo-os com educação e cordialidade. A maneira como servem e se comportam são os seus vestidos, isto é, aquilo que se vê exteriormente, seu testemunho.

f) Os copeiros - São os diáconos, os que servem às mesas. A participação deles é percebida por todos que vêm à Casa do Senhor, na direção do louvor, na pregação da Palavra, na assistência, etc.

g) Como subiam à Casa do Senhor - A satisfação e a alegria de ir à igreja para adorar ao Senhor na sua casa (Sl 122: 1). A maneira como o culto se processa.

4- Não houve mais espírito nela....

Esta é a reação do visitante quando vê todas estas coisas na igreja. Ele é desarmado totalmente de seus preconceitos, pois o Espírito Santo o convence da Obra e o esvazia de toda a sua incredulidade e religiosidade, para depois enchê-lo de sua benção.

5- A rainha de Sabá reconhece a sabedoria e a glória de Salomão e elogia os seus servos.

O propósito de Deus com o Culto Profético é levar o visitante a uma experiência íntima com Ele, a fim de que ele O reconheça e abra seu coração para sua Obra e seu Projeto. Neste processo a participação da igreja tem fundamental importância, pois é ela o instrumento que o Senhor quer usar para a realização do seu propósito. Quando a igreja entende isso e aplica na sua vida, ela obtém o testemunho dos que a visitam e desta forma cai na graça de todos.

6- Após sua experiência com Salomão, a rainha lhe dá seus tesouros e valores, os quais foram colocados na Casa do Senhor.

Quando o homem reconhece o Senhorio do Espírito sobre sua vida, ele entrega toda a sua vida nas Suas mãos, bem como os seus valores e recursos materiais, tudo é colocado à disposição do Senhor para que realize sua Obra.

7- No final Salomão deu à rainha de Sabá tudo quanto desejou seu coração, além do que recebeu dela, conforme a sua largueza.

Deus sempre dá ao homem, segundo a sua misericórdia, muito mais além do que lhe pede, segundo a sua graça infinita (Mt 19: 28 e 29).

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A Caminho do Arrebatamento

Na história de Gideão, o arrebatamento não é mencionado de forma literal, mas existem diversas indicações que apontam em direção a ele e que podem nos ajudar a explicá-lo.
Consideramos que a história de Gideão tem muito conteúdo profético e que ela nos mostra o futuro de Israel e o tempo da Grande Tribulação. Portanto, podemos usá-la para analisar a volta de Jesus para Sua Igreja. Pois as histórias de Deus com Israel e com a Igreja se entrelaçam, ou seja, se sobrepõem: quando chegou a hora do nascimento da Igreja de Jesus, no dia do Pentecoste, Deus como que deixou Israel de lado, e, desde a fundação do Estado de Israel, no dia 14 de maio de 1948, o Senhor voltou a agir com, em e através de Israel, o que nos mostra que a retirada da Igreja de Jesus da terra está próxima.

Os Sinais do Arrebatamento
Nos três capítulos sobre Gideão e os midianitas (Jz 6-8) fala-se repetidamente da trombeta com que o povo foi chamado a se reunir em torno de Gideão. Em todos os acontecimentos dessa batalha que viria, a trombeta foi um elemento chave, sendo citada sete vezes, pela primeira vez em Juízes 6.33-34:


"E todos os midianitas e amalequitas, e povos do oriente se ajuntaram, e passaram, e se acamparam no vale de Jezreel. Então o Espírito do Senhor revestiu a Gideão, o qual tocou a rebate, e os abiezritas se ajuntaram após dele." Juízes 6.33-34


Esse é também o sentido por ocasião do arrebatamento: quando soar a trombeta, a Igreja será reunida, revestida com o Espírito Santo e arrebatada ao encontro do Senhor Jesus. Está escrito:


"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras" (1 Ts 4.16-18).



"Eis que vos digo um mistério: Nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar dolhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados" (1 Co 15.51-52).


A respeito desse encontro com o Senhor, Ele disse:


"Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou estejais vós também" (Jo 14.1-3).


No arrebatamento acontecerá, portanto, a reunião em torno do Senhor, e um sinal ou elemento deflagrador será o som da trombeta: "Porquanto o Senhor mesmo... ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus..."

O que acontecerá com os crentes por ocasião do arrebatamento?
Então se dará um grande milagre: seremos libertados da nossa carne, ou seja, do nosso corpo terreno. A respeito, leiamos mais uma vez 1 Coríntios 15.52-53, onde essa transformação é descrita da seguinte maneira:


"...num momento, num abrir e fechar dolhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade." 1 Coríntios 15.52-53


Somente então, depois do arrebatamento, estaremos – através da transformação – livres do pecado. Então não será mais possível pecar, mas em nós resplandecerá exclusivamente a clara luz da obra de Jesus Cristo e todos nos amaremos uns aos outros. Não será maravilhoso estar finalmente liberto da carne pecaminosa? Pois, quantas vezes já choramos por causa do pecado que em nós habita; quanto trabalho já nos deu nossa carne pecaminosa, a nós que queremos andar no Espírito. Também Paulo chorou por isso e testemunha em Romanos 7.18a:


"Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum..." Romanos 7.18a


Ele continua escrevendo:


"Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros" (Romanos 7. 22-23).


Enquanto vivermos, o espírito e a carne estarão em constante confronto. Por isso, é tão importante ficar cheio do Espírito (Ef 5.18b), andar no Espírito e deixar que o Espírito nos governe.Nossa carne é receptiva para o pecado, e também para a enfermidade e a morte. Isso acabará no momento do arrebatamento, quando formos transformados e recebermos um corpo espiritual, quando o mortal se revestir da imortalidade. E essa transformação por ocasião do arrebatamento, ao soar da trombeta, nos é mostrado alegoricamente no caso de Gideão. Lemos em Juízes 7.16,19-20:


"Então repartiu os trezentos homens em três companhias, e deu-lhes a cada um nas suas mãos trombetas, e cântaros vazios, com tochas neles... Chegou, pois, Gideão, e os cem homens que com ele iam, às imediações do arraial, ao princípio da vigília média, havendo-se havia pouco trocado as guardas; e tocaram as trombetas, e quebraram os cântaros, que traziam nas mãos. Assim tocaram as três companhias as trombetas e despedaçaram os cântaros; e seguravam nas mãos esquerdas as tochas e nas mãos direitas as trombetas que tocavam; e exclamaram: Espada pelo Senhor e por Gideão!" Juízes 7.16,19-20


O que aconteceu ali? Os homens mantinham a luz das tochas escondidas dentro dos cântaros. Mas, exatamente no momento em que começaram a ser tocadas as trombetas, os cântaros foram quebrados e a clara luz das tochas iluminou tudo. Isso é uma alegoria da transformação por ocasião do arrebatamento. A clara luz de Cristo normalmente ainda está escondida em nosso corpo, pois somos como cântaros (vasos) que carregam em seu interior a clara luz do Evangelho. O Senhor Jesus é a luz do mundo, e disse àqueles que O aceitaram: "Vós sois a luz do mundo" (Mt 5.14a). Por enquanto essa luz ainda é escondida, como dissemos, em maior ou menor grau, pelo vaso da nossa carne. Mas, no momento em que a trombeta de Deus for tocada para o arrebatamento, nosso corpo será transformado (como os cântaros que foram quebrados naquele tempo), e seremos arrebatados ao encontro do Senhor Jesus, para estarmos com Ele para sempre. Então, tudo será somente luz. Tudo resplandecerá em Sua glória. Não haverá mais pecado, porque o vaso da nossa carne não estará mais presente. Em 1 Coríntios 15.50 está escrito que "carne e sangue não podem herdar o reino de Deus". Por isso, seremos transformados, pois o cântaro do nosso corpo tem que ser quebrado. Somente por ocasião da transformação e do arrebatamento se tornará visível o que a Bíblia diz em Mateus 13.43a:


"Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai." Mateus 13.43a


Assim, podemos imaginar quão ansiosamente os crentes da Bíblia esperavam deixar a carne para estar para sempre com o Senhor. Paulo, por exemplo, expressou da seguinte maneira esse seu anseio:


"Ora, de um e outro lado estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. Mas, por vossa causa, é mais necessário permanecer na carne" (Fp 1.23-24).


Quando Acontecerá o Arrebatamento?
Antes do juízo, isto é, antes da Grande Tribulação. Poderíamos fazer um estudo bíblico especificamente sobre o assunto, mas vamos nos limitar a alguns versículos. Lemos em 1 Tessalonicenses 1.10:


"...e para aguardardes dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira vindoura." 1 Tessalonicenses 1.10


De que ira se trata aqui? Da ira de Deus que começará com a Grande Tribulação, pois ela será o juízo de Deus sobre o mundo de incredulidade e maldade. É o que lemos em Apocalipse 6.15-17:


"Os reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos, e todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes, e disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono, e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?" Apocalipse 6.15-17


A Igreja de Jesus será preservada dessa ira do Senhor, que terá seu início no tempo da Grande Tribulação. Pois, como filhos de Deus, já estivemos sob a ira de Deus e Seu juízo: isso aconteceu na cruz do Calvário, onde o Senhor Jesus tomou vicariamente sobre si nosso juízo e a ira de Deus. Por isso, todo homem que pertence a Jesus está justificado diante de Deus e não passará pela Grande Tribulação, nem pelo Juízo Final. Está dito em 1 Tessalonicenses 5.9-10:


"...porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos em união com ele." Tessalonicenses 5.9-10


Que o arrebatamento ocorrerá antes da Grande Tribulação também é mostrado, segundo o meu entendimento, na história de Gideão. Lemos em Juízes 7.19-20:


"Chegou, pois, Gideão, e os cem homens que com ele iam, às imediações do arraial, ao princípio da vigília média, havendo-se havia pouco trocado as guardas; e tocaram as trombetas, e quebraram os cântaros, que traziam nas mãos. Assim tocaram as três companhias as trombetas e despedaçaram os cântaros; e seguravam nas mãos esquerdas as tochas e nas mãos direitas as trombetas que tocavam; e exclamaram: Espada pelo Senhor e por Gideão!" Juízes 7.19-20


A respeito, façamos duas perguntas:

*
Quando foram tocadas as trombetas e quebrados os cântaros (uma figura da transformação e do arrebatamento)?

A resposta é: "...ao princípio da vigília média..." Esse é o tempo em torno da meia-noite. Em Mateus 25.6 está escrito:


"Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! saí ao seu encontro." Mateus 25.6


Sabemos que, em nossos dias, nos aproximamos dessa hora da meia-noite. Os sinais dos tempos e Israel apontam para isso claramente. Trata-se também do tempo em que o mundo das nações está colocando "guardas" contra Israel, como os midianitas o fizeram naquela época (Jz 7.19). Isso levará, no final das contas, à batalha dos povos em Armagedom.
Atualmente, Israel está perdendo cada vez mais sustentação. A conquista de Jerusalém e a destruição de Israel continua fazendo parte do plano dos inimigos do povo de Deus. Mas antes do começo desse último período anticristão será ouvida a trombeta de Deus e a Igreja de Jesus será arrebatada. Com relação ao "homem da iniqüidade" (2 Ts 2.3), Dave Hunt escreve:
Neste exato momento, é quase certo que o anticristo já esteja vivendo em algum lugar do planeta Terra – aguardando seu tempo, esperando sua deixa. Sensacionalismo banal? Longe disso! Essa suposição é baseada em uma sóbria avaliação dos eventos atuais relacionados com a profecia bíblica. Como homem maduro, provavelmente ele já seja ativo na política, sendo possivelmente até mesmo um admirado líder mundial cujo nome está diariamente na boca de todos.
Ou pensemos, por exemplo, em relatos que advertem a respeito de cometas ou meteoros que poderiam atingir a Terra. Quando os últimos fragmentos do cometa "Shoemaker Levy 9" caíram sobre o gigantesco planeta Júpiter em julho de 1994 e deixaram marcas de destruição, o fato foi logo esquecido. Mas, praticamente não houve pausa para descanso. Pouco depois lia-se nos jornais:
Em agosto, o astrônomo amador Donald E. Machholz descobriu um novo cometa fragmentado em cinco partes... que poderiam se chocar contra a Terra, pois sua órbita cruza a do nosso planeta. Se algum fragmento do cometa caísse sobre a Terra, poderia ter conseqüências fatais...
O que quer que aconteça, devemos lembrar que o Senhor Jesus falou de estrelas que cairiam e de outros sinais que indicariam a iminência da Sua volta:


"...as estrelas cairão do firmamento e os poderes dos céus serão abalados. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu com poder e muita glória" (Mt 24.29-30).


*
Quando entrou em ação a espada do Senhor (Jz 7.20)?

Somente depois de tocadas as trombetas e quebrados os cântaros (uma figura do arrebatamento), quando a clara luz das tochas iluminou o acampamento dos inimigos, os israelitas gritaram: "Espada pelo Senhor e por Gideão!" A "espada pelo Senhor", porém, aponta profeticamente para o "dia do Senhor", ou seja, para o tempo da Grande Tribulação, na qual o Senhor vai julgar o mundo porque então todas as nações terão se ajuntado contra Seu amado povo Israel. Lemos a respeito em Jeremias 25.29b:


"...porque eu chamo a espada sobre todos os moradores da terra, diz o Senhor dos Exércitos." Jeremias 25.29b


E, como os midianitas fugiram apavorados e em pânico diante da "espada pelo Senhor e por Gideão" e começaram a se matar reciprocamente (comp. Jz 7.21-22), também durante a Grande Tribulação as pessoas tentarão escapar do juízo da ira de Deus (Ap 6.15-17). Antes, porém, a Igreja de Jesus será arrebatada e transformada.

O Caminho Para o Arrebatamento

* Ficar cheio do Espírito Santo

Desse caminho que leva ao arrebatamento faz parte o ficarmos cheios do Espírito Santo, pois seremos arrebatados pelo poder do Espírito. Isso também é mostrado figuradamente na história de Gideão, como lemos em Juízes 6.34:


"Então o Espírito do Senhor revestiu a Gideão, o qual tocou a rebate, e os abiezritas se ajuntaram após dele." Juízes 6.34


Essa é uma maravilhosa definição do arrebatamento, pois então a Igreja será como que revestida pelo Espírito Santo, envolta por Ele e levada ao céu. Não é em vão que está escrito em Efésios 4.30:


"E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção." Efésios 4.30


A que redenção isso se refere – pois os filhos de Deus já são redimidos? Aqui se trata da redenção da nossa carne, através da transformação por ocasião do arrebatamento! Para isso fomos selados com o Espírito Santo, com o qual seremos revestidos, ou seja, que nos envolverá quando formos tirados da terra. Por termos essa esperança do arrebatamento, deveríamos prestar muita atenção para não entristecer o Espírito Santo através de um modo de viver carnal, razão por que está escrito no versículo seguinte:


"Longe de vós toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda a malícia" (Ef 4.31).


É preciso honrar o Senhor através do andar em Espírito:


"Antes sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou" (v. 32).


* Lançar fora toda carga desnecessária

A caminho do arrebatamento, é importante que lancemos fora e deixemos para trás toda carga desnecessária. Vemos isso no então ainda grande exército de Israel, antes de mais uma seleção, do tocar das trombetas e do quebrar do cântaros. A ordem do Senhor a Gideão foi:


"Apregoa, pois, aos ouvidos do povo, dizendo: Quem for tímido e medroso, volte, e retire-se da região montanhosa de Gileade. Então voltaram do povo vinte e dois mil, e dez mil ficaram" (Jz 7.3).


A Edição Revista e Corrigida diz: "...quem for cobarde e medroso..."
Dentre as coisas que devemos lançar fora a caminho do arrebatamento estão, necessariamente, a timidez (covardia) e o medo. Pois muitos cristãos têm literalmente medo do arrebatamento porque acham que não poderão subsistir diante do Senhor. Eles têm medo daquilo que os espera; por exemplo, o julgamento do galardão. Muitos ficam tão desanimados, que não gostariam de ouvir nada mais sobre a volta de Jesus. Isso, entretanto, não está de acordo com o que o Senhor quer e com o que a Bíblia ensina. Pois, justamente com relação ao arrebatamento está dito que ele deve servir como consolo:


"Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras" (1 Tessalonicenses 4.18).


Por isso é tão importante que lancemos fora a covardia e o medo da volta de Jesus para o arrebatamento, para podermos ir ao Seu encontro com liberdade e alegria! Em 1 João 4.17-18 está escrito:


"Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que no dia do juízo mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós somos neste mundo. No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor." João 4.17-18


Àqueles que esperam pelo arrebatamento com alegria e amam a volta do Senhor é prometida uma coroa especial (2 Tm 4.8). Se, entretanto, somos dominados pelo medo, nem podemos amar a vinda do Senhor, pois o medo pensa no castigo.
Diga-me, você também sente medo? Então, pela fé, lance fora agora o medo – e confie no Senhor, crendo que Ele alcançará Seu alvo para com você, apesar da sua fraqueza. Não se preocupe só consigo mesmo e com todas as suas deficiências, mas olhe para o Autor e Consumador da sua fé! A respeito dEle está escrito:


"Ora, aquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação..." (Jd 24).


Conforme Efésios 5.27, Ele também apresentará você


"sem mácula, nem ruga nem cousa semelhante, porém santo e sem defeito" diante dEle. Efésios 5.27


Devemos recordar também o que diz Hebreus 10.19:


"Tendo, pois, irmãos, intrepidez (a Ed. Rev. e Corrigida diz: "ousadia") para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus." Hebreus 10.19


Isso vale não somente para a oração que é ouvida no presente, mas também para o arrebatamento, permitindo que possamos entrar na santa e gloriosa presença de Deus com alegria. Não através de nossos próprios esforços, mas por meio do precioso sangue do Senhor e do Seu perdão encontramos ousadia para entrar no Santo dos Santos. Por isso, deixe o medo para trás! Aproprie-se na fé da promessa de 1 Pedro 1.5!

* Manter-se próximo à água

A caminho do arrebatamento, temos que nos manter próximos à água, ou seja, da "lavagem de água pela palavra" (Ef 5.26). No tempo de Gideão, o que restou do exército foi provado por Deus junto à água. A ordem do Senhor a Gideão foi:


"Ainda há povo demais; faze-os descer às águas, e ali tos provarei; aquele de quem eu te disser: Este irá contigo, esse contigo irá; porém todo aquele, de quem eu te disser: Este não irá contigo, esse não irá" (Jz 7.4).


A nós, da Nova Aliança, a Bíblia diz em Efésios 5.26 que fomos purificados "por meio da lavagem de água pela palavra." Se realmente quisermos nos deixar preparar para o ressoar da trombeta por ocasião do arrebatamento, é importante ter muita comunhão com Jesus Cristo, ouvindo a Palavra de Deus em cultos, reuniões nos lares e encontros de oração, mas também lendo muito a Bíblia e obedecendo ao que ela nos diz. Isso produzirá purificação mais profunda em nosso interior, santificação e preparação, mesmo que nada sintamos a respeito. Acontece então o mesmo que com uma mãe na cozinha segurando um escorredor de massas com batatas, debaixo da torneira, deixando a água correr sobre elas. Sua filhinha lhe pergunta: "Mãe, o que você está fazendo? A água está indo toda embora". "Venha cá e olhe. Se bem que a água tenha ido toda embora, as batatas ficaram limpas." O mesmo se dá conosco: quando ouvimos ou lemos a Palavra de Deus, não conseguimos lembrar tudo. Há mesmo épocas em que ela parece não nos dizer nada. Entretanto, há sempre um efeito purificador, pois trata-se da "lavagem de água pela palavra". Por isso está escrito:


"Habite ricamente em vós a palavra de Cristo..." (Cl 3.16).


Palavras humanas passam, mas a Palavra de Deus permanece! Lembremos, portanto, o que a Bíblia nos diz em 1 Pedro 1.23-25:


"...pois fostes regenerados, não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente. Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor; a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente. Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada." 1 Pedro 1.23-25


No arrebatamento, deixaremos para trás tudo que é do presente, mas levaremos a Palavra de Deus junto para a Eternidade! E porque a Palavra de Deus é tão importante com relação à nossa preparação para a retirada da Igreja, o apóstolo Paulo diz em suas palavras introdutórias sobre o arrebatamento:


"Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem" (1 Ts 4.15).


Por isso, ocupe-se o máximo possível com a Palavra de Deus, que não deixa de fazer efeito.


* Viver com o objetivo em mente

A caminho do arrebatamento, é preciso viver voltado completamente para o Senhor, Seu objetivo e Sua volta. É o que nos mostra a última prova a que foram submetidos os homens de Gideão. Lemos em Juízes 7.5-6:


"Fez Gideão descer os homens às águas. Então o Senhor lhe disse: Todo que lamber as águas com a língua, como faz o cão, esse porás à parte; como também a todo aquele que se abaixar de joelhos a beber. Foi o número dos que lamberam, levando a mão à boca, trezentos homens; e todo o restante do povo se abaixou de joelhos a beber as águas." Juízes 7.5-6


Esses trezentos homens estavam tão determinados a alcançar o objetivo, a executar o encargo dado pelo Senhor, que não se demoraram em se abaixar de joelhos para beber, mas ajuntaram rapidamente a água com a mão levando-a à boca. Aí imaginamos o que Pedro quis dizer ao falar sobre o dia da volta de Jesus, advertindo a Igreja:


"...esperando e apressando a vinda do dia de Deus" (2 Pe 3.12a).


Temos tal inclinação interior diante do Senhor Jesus e da Sua volta? É Sua vontade expressa que vivamos voltados para o objetivo, pois Ele disse em Lucas 12.35-36:


E"Cingidos estejam os vossos corpos e acesas as vossas candeias. Sede vós semelhantes a homens que esperam pelo seu senhor, ao voltar ele das festas de casamento; para que, quando vier e bater à porta, logo lha abram." Lucas 12.35-36


Mas como facilmente ficamos ocupados com coisas terrenas e nos deixamos deter por elas! Será que são os alvos pessoais, a conta bancária, a indiferença ou um pecado de estimação, diante dos quais você se inclina repetidamente e que roubam a sua disposição interior de entrega completa ao Senhor? Nos dias de Gideão também havia muitos que tinham seus olhos voltados temerosamente para as coisas do seu tempo, ao invés de olharem para o Senhor e Sua tarefa. Muitos deles se ajoelharam prazerosamente junto à água para descansar. É assustador que – apesar de todos os 10.000 pretenderem ir junto – no final das contas eles não o puderam, porque tinham dobrado seus joelhos diante das coisas do presente. No seu caso, esse foi o sinal exterior de que eles não estavam preparados interiormente. Nós também gostamos de fazer pausas espirituais, de interromper as atividades, e muitas vezes buscamos todas as coisas possíveis, exceto o Senhor exclusivamente. Como, entretanto, o Senhor conhece nossa estrutura, Ele continuamente nos exorta:


"Portanto não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? ou: Com que nos vestiremos? porque os gentios é que procuram todas estas cousas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas" (Mt 6.31-33).


Se, ao final, observarmos mais uma vez o comportamento daqueles 300 homens que beberam rapidamente a água necessária junto ao rio para não perderem nenhum tempo na realização da tarefa do Senhor, quão importante se torna, nessa linha de pensamento, o que diz 1 Coríntios 9.25a: "E todo aquele que luta de tudo se abstém" (Ed. Rev. e Corrigida). Esses 300 homens não eram mais inteligentes nem melhores, nem mais fortes ou corajosos do que os outros – mas estavam no seu interior completamente livres e dispostos a servir ao Senhor. Com ardente zelo, eles tinham em mente exclusivamente o objetivo de Deus. Eles não tinham mais nenhuma espécie de outros alvos, mas seu coração era voltado inteiramente para a causa de Deus.
Você está disposto a lançar fora e deixar de lado tudo aquilo que o atrapalha no caminho ao encontro do Senhor? Tendo em vista a breve e repentina retirada da Igreja de Jesus, você realmente está disposto a tomar essa decisão, como Gideão e seus homens o fizeram? Lemos em Juízes 7.8a:


"Tomou o povo provisões nas mãos, e as trombetas. Gideão enviou todos os homens de Israel cada um à sua tenda, porém os trezentos homens reteve consigo." Juízes 7.8a


A caminho do arrebatamento, leve somente as "provisões", a Palavra de Deus, e a "trombeta", a prontidão para o arrebatamento; leve em conta que a trombeta será tocada em breve.
Se o Senhor perguntasse a você neste momento: "Você quer fazer parte dos covardes e medrosos?", você certamente responderia com um definitivo "Não!" Então, aja de acordo e lance fora o medo em nome de Jesus! E, se Ele continuasse perguntando a você: "Olhe, sobraram 10.000: você quer pertencer àqueles que se ocupam em primeiro lugar com as coisas terrenas, ou prefere estar entre os 300 que levaram consigo somente as "provisões" necessárias e a "trombeta"?" – qual seria a sua resposta? Oh! que você responda agora com coração sincero: "Senhor, também quero fazer parte desses 300. Quero estar preparado para quando vieres!" Amém.

Autor: Norbert Lieth
Extraído do livro Gideão - Uma Mensagem de Alerta.

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Sete Certezas Sobre o Arrebatamento

"Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras" (1 Ts 4.13-18).


Primeira certeza: Os Mortos Não Estão Mortos


"Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem" (v.14).


Esta certeza consiste em três partes:

* No Novo Testamento, a ressurreição se refere principalmente ao corpo

O "dormir" dos crentes ou a expressão "os que dormem" dizem respeito aos corpos dos cristãos (At 13.36-37; Rm 8.10-11,23; 1 Co 15.35-46). A Bíblia não ensina o "sono" da alma! Por exemplo, o homem rico e Lázaro, depois que morreram, estavam respectivamente no reino dos mortos (hades) e no paraíso, mas absolutamente conscientes (Lc 16.19-31).
O corpo, que deixamos por ocasião da morte, "dorme"; mas o espírito do crente – sua personalidade, seu ser, sua consciência – encontra-se com Cristo a partir do momento da morte. O apóstolo Paulo estava totalmente convicto dessa realidade, motivo porque escreveu:


"...tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor" (Fp 1.23).


Quando os saduceus discutiram com Jesus acerca da ressurreição dos mortos, Ele lhes disse:


"E, quanto à ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou (Êx 3.6): Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ele não é Deus de mortos, e sim de vivos" (Mt 22.31-32).


O Senhor Jesus Cristo diz:


"Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente..." (Jo 11.25-26).


Em João 8.51 Ele também acentua:


"...se alguém guardar a minha palavra, não verá a morte, eternamente." João 8.51


Se bem que o corpo adormece, o espírito daquele que crê em Jesus continua vivendo.
Em 2 Coríntios 5.8 está escrito que "deixar o corpo" significa ao mesmo tempo "habitar com o Senhor". Em outras palavras: assim que deixamos o corpo estamos com Cristo.
Romanos 8.10 se refere a uma verdade espiritual que já aconteceu, mas por outro lado essa verdade também se aplica ao futuro após a morte:


"Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida, por causa da justiça." Romanos 8.10


Em 1 Tessalonicenses 4.16 lemos acerca dos "mortos em Cristo". Uma vez que Jesus ressuscitou e vive, também vivem todos os que dormiram nEle. Espiritualmente eles estão em Cristo e vivem com Cristo ("Pois a nossa pátria está nos céus" – (Fp 3.20), fisicamente eles serão ressuscitados.

* A esperança de estar com Cristo

Mas a realidade é ainda mais maravilhosa, e isso também faz parte da certeza da salvação e do arrebatamento. Como cristãos, não dizemos por acaso: "O Senhor levou tal irmão ou tal irmã". Realmente é verdade que um cristão é buscado por Jesus, enquanto um não-crente é levado pela morte. A Igreja de Jesus não verá a morte:


"Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança" (1 Ts 4.13).


Os outros estão fora (v.12), não estão em Cristo!
O versículo 14 trata dos que dormem em Jesus:


"Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem." Isso fica mais claro na Edição Revista e Corrigida: "Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com ele". 1 Ts 4.14


Os cristãos que morreram foram postos para dormir por Jesus, assim como uma mãe ou um pai põem seus filhos para dormir à noite. Isso significa na prática: quando um crente morre, ele é buscado por Jesus, e assim não verá a morte. Estou convicto de que o Senhor está presente na morte de cada um de Seus filhos, para levá-los para junto de Si.

* A garantia de que os mortos virão com Cristo

A promessa de que Deus, "mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem" é uma afirmação revolucionária. É importante observar que não está escrito: "trará para Ele", mas "trará, em sua companhia", ou seja, "trará com Ele". O próprio Senhor comunica ao apóstolo – e assim a toda a Igreja – que os mortos em Cristo não serão prejudicados de modo algum, mas que até terão a primazia.
Quando voltar, Jesus trará consigo os que morreram nEle, pois eles já estão com Ele (1 Ts 4.14-15), e ressuscitará seus corpos mortos em primeiro lugar (v.16). Somente depois disso acontecerá a transformação dos crentes ainda vivos, e então eles serão arrebatados juntos ao encontro do Senhor (v.17).
Examinemos o versículo 14 em duas outras versões:

"Visto que nós cremos que Jesus morreu e depois voltou à vida, podemos também crer que, quando Jesus voltar, Deus trará de volta com Ele todos os cristãos que já morreram" (A Bíblia Viva).


"Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com ele" (Edição Revista e Corrigida).


Portanto, isso significa simplesmente que os trazidos com Jesus em Sua vinda são os espíritos sem corpo dos que morreram em Cristo. Primeiro, seus corpos serão ressuscitados e juntados aos espíritos. Depois os crentes vivos serão transformados e toda a Igreja será levada para o céu com Jesus.
O fundamento dessa esperança de ressurreição foi criado exclusivamente por Jesus através da Sua morte e ressurreição. Disso consiste a força e o poder da ressurreição. Agora, o que importa é se cremos na Sua morte e ressurreição (v.14). Certa vez Jesus perguntou aos Seus discípulos: "Quem dizeis (ou crêdes) que eu sou?" (Mt 16.15). Então Pedro deu a única resposta certa: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (v.16). Na sua opinião, quem é Jesus?

Segunda certeza: O Senhor Voltará Pessoalmente


"Porquanto o Senhor mesmo... descerá dos céus..."(1 Ts 4.16).


A ressurreição/o arrebatamento será o momento em que o Senhor Jesus deixará Seu trono no céu e virá pessoalmente ao encontro da Sua Igreja a fim de levá-la para a casa do Pai. Assim como um noivo vai ao encontro da sua noiva, o Salvador virá ao encontro dos que comprou pelo Seu sangue e os conduzirá para Sua glória.
O Senhor não enviará um anjo ou qualquer outro emissário para fazer isso, Ele virá pessoalmente. Então se cumprirá literalmente a promessa de João 14.3:


"E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou, estejais vós também." João 14.3


Assim como Ele em pessoa nos salvou e morreu na cruz por nós, assim como Ele mesmo foi preparar-nos lugar – Ele voltará pessoalmente para buscar-nos para Si, para que estejamos onde Ele está. Em inúmeras passagens do Novo Testamento somos conclamados a esperar a volta de Jesus a qualquer momento (por exemplo, em 1 Co 11.26; 1 Ts 1.10; Hb 10.37).

Terceira certeza: A Palavra de Ordem


"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro" (1 Ts 4.16). A Edição Revista e Corrigida diz: "Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro".


Segundo meu entendimento, o próprio Senhor dará esta palavra de ordem, pois Ele é o Soberano a quem todos os exércitos celestiais obedecem. Isso é indicado nas seguintes passagens:


"Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora e já chegou, em que todos os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão" (Jo 5.25).


Jesus, o Bom Pastor, também disse:


"As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão" (Jo 10.27-28).


Você já é uma ovelha do rebanho de Jesus? A resposta a essa pergunta tem importância decisiva em relação à eternidade. Você já tem um relacionamento pessoal com Jesus, por tê-lO recebido em sua vida (Jo 1.12)? Você pode dizer com certeza que é um filho de Deus? Se não o pode, pedimos que você dê esse passo decisivo ainda hoje!


* Quando o Senhor Jesus ressuscitou a Lázaro, lemos que Ele clamou dando uma ordem:



"...(Jesus) clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora!" (Jo 11.43).


Devemos imaginar o seguinte: no decorrer dos tempos, milhões de pessoas crentes no Senhor Jesus dormiram, ou seja, faleceram. Aí chega a hora do arrebatamento. O Senhor se levanta do Seu trono e clama: "Vem para fora!" Então as sepulturas se abrirão, e nenhum dos que foram comprados pelo Seu sangue ficará para trás. Não importa se seus corpos foram queimados, se morreram contaminados por radiação nuclear ou se estão nas profundezas dos mares – Ele é o Criador, Ele os ressuscitará e os conduzirá ao encontro de seus espíritos/almas.


* No Salmo 33.9 está escrito acerca dEle, o Filho do Altíssimo:



"Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir" (compare também Is 55.4).


Essa "palavra de ordem" do Senhor vem da linguagem militar. Ela é semelhante à voz de comando de um general que chama suas tropas para o combate. Por ocasião do arrebatamento, o General celestial dará ordem às tropas que lutam por Ele, que deveriam estar revestidas de toda a armadura espiritual (Ef 6.11ss), para que deixem o campo de batalha sobre a terra e venham com Ele para a Sua glória.

Quarta certeza: A Voz do Arcanjo


"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro" (1 Ts 4.16).


A designação "arcanjo" se aplica a apenas um anjo na Bíblia, isto é, a Miguel: "Contudo, o arcanjo Miguel..." (Jd 9). Miguel significa "Quem é como Deus?" Este anjo é um dos mais importantes em hierarquia (Dn 10.13).
No tempo de Daniel, Miguel lutou contra um príncipe dos demônios no mundo celestial e veio ajudar Gabriel, para que este pudesse confirmar a Daniel que suas orações haviam sido atendidas (Dn 10.12-14 e 21). Anteriormente este arcanjo também lutou com Satanás pelo corpo de Moisés:


"Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o Diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo difamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda!" (Jd 9).


No final, Miguel e seus exércitos de anjos lutarão contra os exércitos de demônios de Satanás, os vencerão e lançarão sobre a terra para que não tenham mais acesso ao céu (Ap 12.7-9).
Por que se ouvirá a voz do arcanjo Miguel no momento do arrebatamento? Por que e para que ele levantará a sua voz – após a palavra de ordem do Senhor para o arrebatamento? A chave ou a resposta para isso está nas significativas palavras do arcanjo Gabriel ao judeu Daniel:


"Mas eu te declararei o que está expresso na escritura da verdade; e ninguém há que esteja ao meu lado contra aqueles, a não ser Miguel, vosso príncipe" (Dn 10.21).


Este arcanjo intervém de modo especial em favor do povo de Israel:


"Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo..." (Dn 12.1).


Devemos lembrar que no momento em que o Senhor Jesus Cristo der a ordem para a ressurreição e para o arrebatamento da Sua Igreja, a dispensação da graça terminará. Então o "corpo de Cristo" estará completo, então o Pentecoste em sentido inverso (a retirada do Espírito Santo) acontecerá e a Igreja será levada para o céu.
Depois disso será restabelecida novamente uma espécie de "situação do Antigo Testamento" – a conexão entre a 69ª e a 70ª semana de anos de Daniel. Lembremo-nos apenas do quinto selo e daqueles na Grande Tribulação


"...que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam. Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?" (Ap 6.9-10).


Conforme meu entendimento, estes não pertencem à Igreja, pois verdadeiros discípulos de Jesus não pedem vingança. Pelo contrário. Ao morrer apedrejado pelos fariseus e escribas, Estevão clamou:


‘Senhor Jesus, recebe o meu espírito! Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado! Com estas palavras, adormeceu" (At 7.59-60).


Quanto às condições típicas do Antigo Testamento durante a Grande Tribulação, lembremos também das duas testemunhas, que farão milagres, ferirão a terra com toda sorte de flagelos e farão sair fogo das suas bocas para devorar os inimigos (Ap 11.3-6; compare também Lc 9.54-55).
A Igreja de Jesus era um mistério, ela foi inserida por Deus entre a 69ª e a 70ª semana de anos de Daniel. Depois que ela for arrebatada, começará a 70ª semana de anos (ligada à 69ª semana) de Daniel 9. Enquanto a Igreja estiver na casa do Pai celestial, o mundo e Israel entrarão na Grande Tribulação. Assim, o povo judeu passará outra vez inteiramente para o centro da ação de Deus. Por isso o príncipe angélico de Israel entrará novamente em ação (como no caso de Daniel), e levantará a sua voz. Para quê? Em favor do povo de Israel:


"Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro" (Dn 12.1).


"Naquele tempo" significa: quando a Igreja tiver sido arrebatada, o anticristo tiver aparecido e a Grande Tribulação tiver começado, o arcanjo Miguel intervirá em favor do povo de Israel, pois então começará a salvação do remanescente de Israel:


"Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno. Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos conduzirem à justiça, como as estrelas, sempre e eternamente. Tu, porém, Daniel, encerra as palavras e sela o livro, até ao tempo do fim; muitos o esquadrinharão, e o saber se multiplicará... Muitos serão purificados, embranquecidos e provados; mas os perversos procederão perversamente, e nenhum deles entenderá, mas os sábios entenderão" (Dn 12.2-4 e 10).


A voz do arcanjo em geral também é entendida como uma chamada coletiva de reunião e recolhimento dos santos do Antigo Testamento.
Atualmente muitos israelitas já chegaram ao conhecimento mais elevado que existe: eles creram em Jesus Cristo, o seu Messias! E o próprio Senhor acrescenta sempre mais judeus à Sua Igreja, como se conclui pelo seguinte relato:

* Cinco pessoas foram batizadas em outubro. Shalom e Ora, um jovem casal israelense, e duas filhas converteram-se através de sua vizinha, que freqüenta regularmente a igreja. "É algo especial", escreve John Pex, "quando jovens judeus reconhecem o seu Messias – principalmente quando um casal se converte e é batizado".
* A loja da Sociedade Bíblica em Tel Aviv está muito bem localizada e é visitada por muitos israelenses. Andy Ball, seu diretor, relata o exemplo de uma mulher ortodoxa que comprou um Novo Testamento na loja: ela queria conhecer a fé cristã em primeira mão. Uma funcionária do governo queria um Antigo Testamento em árabe para outra pessoa e nessa oportunidade comprou um Novo Testamento para si própria. A loja bíblica também abastece outras casas de comércio, universidades e hotéis com Novos Testamentos, livros e artigos cristãos... (Amzi 3/98)


Ao profeta Daniel foi ordenado:


"Tu, porém, Daniel, encerra as palavras e sela o livro, até ao tempo do fim; muitos o esquadrinharão, e o saber se multiplicará."


Que tipo de saber se multiplicará? Resposta: cada vez mais judeus reconhecerão que Jesus é o Messias. Já observamos o início disso hoje em dia. O número de membros das igreja judaico-messiânicas multiplicou-se por 10 nos últimos 30 anos!
Mas, voltando à voz do arcanjo: podemos imaginar que Miguel acompanhará o Senhor quando Ele vier buscar a Sua Igreja. A Bíblia Viva diz:


"Pois o próprio Senhor descerá do céu com um potente clamor, com o vibrante brado do arcanjo e com o vigoroso toque de trombeta de Deus" (1 Ts 4.16).


Evidentemente o Senhor não teria necessidade desse acompanhamento, mas parece que o arcanjo Miguel é o guerreiro que atua nos ares contra Satanás (Daniel 10), e como Israel terá entrado em cena novamente, o arcanjo intervirá lutando em favor do povo da aliança de Deus.
O arrebatamento da Igreja de Jesus (toda pessoa salva, seja judeu ou gentio, será retirada da terra) provocará um golpe repentino, dramático e inimaginável na história da humanidade que ficará para trás. Esse acontecimento revolucionário desencadeará uma série de outros acontecimentos subseqüentes. Queremos destacar um deles:

Em Israel Irromperá um Avivamento
Romanos 11.25 diz de maneira bem clara:


"Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não sejais presumidos em vós mesmos): que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios (na Igreja de Jesus)." Romanos 11.25


Quando a plenitude dos gentios (das nações) tiver entrado no "corpo de Cristo", ele será levado para o céu. Aí terminará o endurecimento de Israel, sua cegueira acabará.
Então muitos judeus chegarão ao saber de Daniel 12.4, entendendo que o Senhor Jesus é o seu Messias. É muito provável que nos dias após o arrebatamento milhares e milhares de judeus se converterão a Jesus, à semelhança do que aconteceu no começo da Igreja no livro de Atos. Então brotará e nascerá a semente do Evangelho espalhada oralmente e de forma impressa pelos judeus messiânicos, que nesse tempo também terão sido arrebatados. Os que ficarem para trás, familiares, amigos, colegas, etc., procurarão Bíblias, livros e outras publicações cristãs deixadas pelos arrebatados. Eles se lembrarão daquilo que leram e ouviram, de comentários bíblicos e pregações sobre a esperança pelo Messias. Essa esperança já germina atualmente no coração de muitos judeus.
Depois do arrebatamento aparecerão também os 144.000 selados de Israel (Ap 7.4-8) e as duas testemunhas (Ap 11.3ss). Cada vez mais judeus se converterão e levarão o Evangelho ao seu próprio povo e aos gentios. Nisto os judeus terão uma grande vantagem, pelo fato de terem sido espalhados por todo o mundo e dominarem muitas línguas diferentes.
Mas, para sermos exatos, devemos dizer também que nem todos os judeus se converterão. Muitos, especialmente os ligados ao governo, farão a aliança com o anticristo, isto é, com o líder romano [europeu] (Dn 9.26-27; Ap 13.1; Is 28.14-16). Quando fala desse tempo, também Daniel diz que muitos serão purificados (converter-se-ão), mas muitos permanecerão ímpios; que muitos entenderão, mas muitos outros não entenderão (Dn 12.10). Apenas um remanescente será salvo, como se vê claramente em outras passagens das Escrituras (por exemplo, em Rm 9.27; Ez 20.33-38). Mas atrás de todo esse remanescente crente se colocará o arcanjo Miguel como príncipe de Israel. No arrebatamento ele levantará a sua voz, porque terá chegado sua hora para agir em favor do remanescente de Israel.
Como vimos, em nossos dias muitos israelitas estão crendo no seu Messias, em Jesus Cristo. Será que o Senhor está preparando o Seu povo para o arrebatamento e a Grande Tribulação? Será que Ele o faz porque a hora já está muito adiantada?

Quinta certeza: A Trombeta de Deus


"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro" (1 Ts 4.16).


A trombeta de Deus aqui mencionada é a mesma de 1 Coríntios 15.52:


"...num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados." 1 Coríntios 15.52


Esta trombeta de Deus chamará todos os santos de todos os tempos para a casa do Pai.
Por que ela é chamada de "última trombeta"? Porque então a dispensação da graça chegará ao fim. A dispensação da anunciação do Evangelho da graça começou com uma "trombeta" e terminará com uma trombeta. Por que ela começou com uma "trombeta"? Porque podemos dizer que a pregação do Evangelho "repercutiu", "ressoou" ou foi "trombeteada". Por exemplo, a frase: "Porque de vós repercutiu a palavra do Senhor..." (1 Ts 1.8), significa literalmente: "porque vocês trombetearam a palavra do Senhor". Em Romanos 10.18 está escrito:


"Mas pergunto: Porventura, não ouviram? Sim, por certo: Por toda a terra se fez ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo." Romanos 10.18


A trombeta do Evangelho conclamando para a salvação em Jesus Cristo ressoou por quase dois mil anos. Em breve se ouvirá a última trombeta, o Evangelho deixará de ser pregado, a dispensação da graça chegará ao fim e a Igreja estará concluída, a sua plenitude terá sido alcançada. A Igreja será chamada para subir à casa do Pai.
Em que será que pensaram os tessalonicences, que em grande parte eram judeus, quando Paulo escreveu sobre a trombeta? O Apocalipse ainda não existia, portanto eles ainda não sabiam nada sobre as sete trombetas de juízo ali descritas. Por isso, certamente eles pensaram na trombeta da salvação de Números 10.2-10. Nesse trecho do Antigo Testamento são mencionadas duas trombetas que eram tocadas em certas ocasiões. A ordem de Deus dizia:


"Faze duas trombetas de prata; de obra batida as farás; servir-te-ão para convocares a congregação e para a partida dos arraiais" (Nm 10.2).


Por um lado, portanto, estas trombetas de prata eram tocadas para convocar, chamar, juntar e reunir, e por outro lado para levantar acampamento e partir. Isso não tem sentido profético? Convocação (chamamento) = pregação do Evangelho para vir a Jesus ("muitos são chamados..."), até que a plenitude estiver reunida. Partida = ressurreição/arrebatamento para a casa do Pai.
É interessante verificar que essas trombetas deviam ser confeccionadas de prata. Que prata era usada para essa finalidade? O siclo de prata do resgate [salvação] (Êx 30.12-13). Esses siclos eram dados como pagamento de resgate pela vida dos israelitas, para que não houvesse entre eles nenhuma praga. Isso também nos faz lembrar das 30 moedas de prata que foram pagas pela prisão do Senhor Jesus, que obteve a nossa salvação na cruz.
As diferentes maneiras de tocar as trombetas significavam, entre outras coisas, o seguinte:

* Quando as duas trombetas eram tocadas de maneira normal, isso servia para o chamamento e ajuntamento de toda a congregação na porta da tenda da congregação (Nm 10.3) = um chamamento para salvação.
* Quando as trombetas eram tocadas a rebate, fortemente, como "sinal de alarme", isso indicava a ordem para partir. O último toque da trombeta era o sinal para juntar os pertences e partir = uma maravilhosa ilustração do arrebatamento.


Agora ainda ressoa a trombeta do Evangelho para chamamento e ajuntamento. Mas quando for tocada a última trombeta de Deus como "sinal de alarme" para o arrebatamento, ao mesmo tempo isto será um sinal para o ajuntamento de Israel, porque então terá chegado o tempo do seu salvamento. É o que se conclui de Números 10.9:


"Quando, na vossa terra, sairdes a pelejar contra os opressores que vos apertam, também tocareis as trombetas a rebate, e perante o SENHOR, vosso Deus, haverá lembrança de vós, e sereis salvos de vossos inimigos." Números 10.9


Depois do arrebatamento virá o opressor, o anticristo, mas o Senhor se lembrará de Israel e no final salvará o Seu povo. Isaías 27.12-13 anuncia isso de maneira muito bonita:


"Naquele dia, em que o SENHOR debulhará o seu cereal desde o Eufrates até ao ribeiro do Egito; e vós, ó filhos de Israel, sereis colhidos um a um. Naquele dia, se tocará uma grande trombeta, e os que andavam perdidos pela terra da Assíria e os que forem desterrados para a terra do Egito tornarão a vir e adorarão ao SENHOR no monte santo de Jerusalém." Isaías 27.12-13


Pelos motivos já mencionados e os que vamos acrescentar, a trombeta de Deus para o arrebatamento, segundo o meu entendimento, não equivale às sete trombetas do Apocalipse (capítulos 8-11).
• A trombeta de Deus para o arrebatamento anuncia a conclusão da era da graça. Trata-se da trombeta da salvação. No seu som temos a salvação, o perdão e a vitória do Evangelho. Ela ressoa principalmente para a Igreja, mas também para Israel, no sentido de que então o remanescente será reunido.
• As trombetas tocadas pelos anjos em Apocalipse, entretanto, são todas trombetas de juízo sobre o mundo das nações que rejeitou a Cristo. Além disso, os vinte e quatro anciãos (a Igreja, veja Ap 4.9-11) já se encontram no céu por ocasião da sétima trombeta e anunciam a volta de Jesus e Seu reino (Ap 11.15-17ss).
• É muito interessante observar que outras traduções de 1 Tesalonisences 4.16, por exemplo a Edição Corrigida e Revisada, dizem: "...Porque o mesmo Senhor descerá do céu... com a trombeta de Deus...". Isto quer dizer que o próprio Senhor – como Sumo Sacerdote da Sua Igreja – tocará a trombeta, porque ela estará na Sua mão. Ele mesmo chamará os Seus para casa. Ele mesmo dará a ordem e o sinal para a retirada da Sua Igreja. Segundo o meu entendimento, isso também é o mais provável, pois a trombeta é chamada de "trombeta de Deus", e Jesus Cristo é Deus (Tt 2.13; 1 Jo 5.20). Por que não seria o Salvador que haveria de chamar os Seus salvos? Aliás, no Antigo Testamento apenas os sacerdotes podiam tocar as trombetas. E Jesus é o Sumo Sacerdote, não um anjo qualquer. As sete trombetas de juízo (Ap 8.6-9,12; 11.15) são empunhadas e tocadas por anjos. Por isso, deve haver uma diferença entre a trombeta do arrebatamento e as sete trombetas de juízo.

Sexta certeza: Ressurreição e Arrebatamento


"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor" (1 Ts 4.16-17).


Não se trata aqui de uma ressurreição geral. Somente os mortos em Cristo e os vivos em Cristo serão ressuscitados ou transformados. Todos os demais mortos permanecerão nas suas sepulturas até o dia do juízo final. O que é descrito aqui é uma ressurreição seletiva dentre os mortos e realmente diz respeito somente àqueles que estão em Cristo.
Em João 5.28-29 o Senhor mencionou duas diferentes ressurreições:


"Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo." João 5.28-29


E quando Jesus desceu do monte com Seus discípulos depois da Sua transfiguração, Ele lhes disse algo que muito os admirou e que até então eles ainda não tinham ouvido. Trata-se de uma expressão totalmente nova em relação ao arrebatamento:


"Ao descerem do monte, ordenou-lhes Jesus que não divulgassem as coisas que tinham visto, até o dia em que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos. Eles guardaram a recomendação, perguntando uns aos outros que seria o ressuscitar dentre os mortos?" (Mc 9.9-10).


Jesus foi o primeiro que ressuscitou dentre os mortos (At 26.23; Cl 1.18; 1 Co 15.20). Também 1 Coríntios 15.23 fala disso:


"Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda." 1 Coríntios 15.23


Esta afirmação, em conexão com 1 Tessalonicences 4.16, explica que todos os que estão em Cristo ressuscitarão dentre os mortos. Esta é a chamada "primeira ressurreição" (Ap 20.5-6). As outras pessoas, as que não estavam em Jesus, que não pertenciam a Ele pela fé salvadora e, assim, não tinham um relacionamento pessoal com Ele, serão ressuscitadas mil anos mais tarde e então irão para o inferno (Ap 20.11-15).
Na primeira ressurreição/arrebatamento o Senhor Jesus deixará o Seu trono e, vindo do céu (da casa do Pai), aparecerá nos ares (1 Ts 4.17). Ele não virá de maneira visível sobre a terra, mas permanecerá na atmosfera superior. Os espíritos/almas dos que dormiram nEle O acompanharão, como provavelmente também o arcanjo Miguel. Então serão ressuscitados primeiro os corpos dos que morreram em Cristo. Logo a seguir, os corpos dos que ainda estiverem vivos serão transformados. Então a Igreja será arrebatada coletivamente ao encontro do Senhor nos ares, entre nuvens, e Ele levará Sua noiva para a casa do Pai. A Igreja terá então deixado seu lugar na terra e João 14.1-6 estará cumprido. Tudo isso naturalmente acontecerá numa fração de segundos (comp. 1 Co 15.51-53).

Sétima certeza: Estar Para Sempre com o Senhor


"...e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras" (1 Ts 4.17-18).


Esta garantia:
"...estaremos para sempre com o Senhor", é um consolo eterno acima de tudo o que é passageiro neste mundo... A partir desse momento, nada mais estará sujeito à morte para qualquer filho de Deus. Todas as tristezas do passado, todas as misérias e tentações, todas as perguntas, tudo será esquecido e respondido por este fato: "...estaremos para sempre com o Senhor." "Estaremos para sempre com o Senhor" significa que a Igreja estará sempre onde Jesus estiver; ela participará de toda a Sua riqueza divina. Então se cumprirá o que está escrito em Tito 2.13:


"...aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus." Tito 2.13



"Aguardando ansiosamente aquele tempo quando se verá a sua glória – a glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo" (A Bíblia Viva).


Mas quem não tem Jesus cai num abismo insondável de desespero. Aquele que não tem Jesus perde a bendita e eterna esperança. Justamente nesta passagem da ressurreição e do arrebatamento, a Bíblia nos mostra que haverá pessoas que estarão dentro (1 Ts 4.16) e pessoas que estarão fora (v.12), que haverá pessoas cheias de esperança e pessoas sem esperança (v.13), pessoas que estarão para sempre com o Senhor e pessoas eternamente separadas dEle (v.17), pessoas consoladas e pessoas sem consolo (v.18). Aquele que não está em Cristo não tem nenhum relacionamento com Deus; tal pessoa está "fora", sem esperança, porque não tem lar. Uma pessoa sem Jesus ficará eternamente sem consolo e sem paz.
Como você pode ganhar o direito de morar na casa do Pai celestial, adquirir a esperança de "estar para sempre com o Senhor" e transmitir esse consolo também para outros? Decidindo-se por Jesus Cristo e por Sua obra de salvação consumada na cruz – também por você. Se você aceitar isso pela fé, 1 Tessalonicenses 4.14-18 realmente se cumprirá também em sua vida. Por isso, decida-se totalmente por Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo! A Palavra do Deus Eterno lhe diz em Jó 11.13 e 18:


"Se dispuseres o coração e estenderes as mãos para Deus... Sentir-te-ás seguro, porque haverá esperança". Jó 11.13 e 18


Autor: Norbert Lieth
Extraído do livro: A Esperança do Arrebatamento.

Esqueça o Que Você Não Tem

João 5.2-9

Este texto marca contrastes. A leitura parece que Jesus subiu para a festa em Jerusalém. Alguns podem concluir que Jesus foi à festa, pois a cidade estava festiva e repleta de pessoas. Mas ali na cidade da festa, havia junto à Porta das Ovelhas, um tanque com uma multidão de enfermos. Sempre muito perto de nós, haverá um grupo que sofre e que padece.
Eles esperavam que um anjo movesse a água. E para quem espera, os minutos se arrastam e se tornam horas. É difícil esperar. A espera aumenta o sofrimento. E estar ali esperando o mover das águas é como que esperando uma loteria.
Mas quando Jesus o abordou, o paralítico respondeu:


“Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada; pois, enquanto eu vou, desce outro antes de mim.”


Para ele, ter alguém para o colocar no tanque, era fundamental. Esta fala do paralítico: “não tenho ninguém,” nos revela que ele dava mais valor para o que ele não tinha, do quê para o que ele tinha. Ele não tinha ninguém para o levar, mas ele tinha a vontade de ser curado. Isto foi determinante para Jesus o curar! Esqueça o que você não tem! Tem gente que fica chorando e lamentando porque não possui o que o outro possui, pois se tivesse, seria melhor a sua vida. Esqueça isto! Pare de lamentar! E foque o que você tem!
Precisamos focar o que nós temos, para vencermos na vida! Ele tinha vontade de ser curado. Por isso ele ia ao tanque. Tenha vontade de passar num concurso, de ter a sua casa própria, de fazer uma faculdade! Gere uma vontade para mudar de vida! E com a sua vontade, você vai vencer, independente das suas limitações!
Tenha vontade de mudar a sua história! Potencialize a vontade de dar a volta por cima! A vontade te leva a lugares que você nunca pensou na sua vida. O versículo 9 diz:


“Imediatamente, o homem se viu curado e, tomando o leito, pôs-se a andar. E aquele dia era sábado.”


Quando eu potencializo a minha vontade, esta me leva à visão. Ele se viu curado! Vontade é melhor do que qualquer riqueza desta vida. A vontade te leva a ver a tua vitória! Pessoas que não vêem o milagre, porque lhe faltam vontade. A vontade te leva à visão. Não deixe que a sua vontade esmoreça, pois quando você potencializa a sua vontade, você consegue ter visão de um futuro. Você pode ver coisas mais excelentes!
Mas o texto ainda diz: “e, tomando o leito, pôs-se a andar.”
A vontade te leva a visão, e esta visão, te leva à ação! A visão te faz ter estratégias. O pai do filho pródigo tinha a visão de que seu filho iria voltar. Então ele deixou tudo preparado – um bezerro cevado, vestes novas, sandálias e anel! Esta foi a sua ação.
Não fique só na vontade. Não fique só na visão. Tenha vontade que gere uma visão, mas que se transforme em uma ação!

Autor: Pastor Jaime Soares

Textos Bíblicos Controvertidos

Há vários textos bíblicos de interpretação controvertida, como é o caso da passagem em que Jesus afirma que João, o Batista, era o Elias que havia de vir (Mateus 11:10-14), ou aquele outro em que é dito que Jesus é confundido com Elias ou com Jeremias ou alguns dos profetas (e até mesmo com seu contemporâneo João Batista – Mateus 16:13-16). Vamos estudar alguns destes textos com o fim de demonstrar que não há possibilidade de confusão**.

* João Batista: Este é o Elias Que Havia de Vir

Os defensores da reencarnação apregoam que João Batista era a reencarnação de Elias. E o fazem com esteio em Mateus 11:10-14. O texto bíblico é basicamente este:


“Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista; mas aquele que é o menor no Reino dos céus é maior do que ele. E, desde os dias de João Batista até agora, se faz violência ao Reino dos céus, e pela força se apoderam dele. Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir”. Mateus 11:10-14


Jesus se referia, logicamente, ao texto de Malaquias 4:5:


“Eis que eu vos envio o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do Senhor” Malaquias 4:5

(v. tb. Mateus 17:10-13).
As evidências bíblicas de que João Batista não era Elias são grandes:
1) Quando Jesus diz “é este o Elias que havia de vir” Ele se utiliza de uma forma figurada de linguagem, tal qual faz em Mateus 12:49 (“Eis aqui minha mãe e meus irmãos”) ao mostrar que qualquer um que fizer a vontade do Pai é seu irmão, irmã e mãe. A Bíblia faz uso de metáforas com nome de personagens conhecidos do passado para indicar a condição de outra pessoa, no presente ou futuro. Por exemplo, em Apocalipse 2.20, o nome de Jezabel (mulher do rei Acabe, profetisa de Baal, que matou vários profetas do Senhor) foi alegoricamente utilizado para representar uma mulher, falsa profetisa, que estava perturbando a igreja de Tiatira. O Profeta Jeremias (Jeremias 30:9) se refere profeticamente a Jesus chamando-o de Davi, então falecido, indicando a linhagem ascendente de Jesus. Há vários outros exemplos de uso de linguagem simbólica na Bíblia (v.g. Hebreus 12:29: Deus = fogo consumidor; 1 Coríntios 10:4: Jesus = pedra; etc). Destarte, Jesus quis dizer que João veio no espírito e virtude de Elias, não que um era a reencarnação do outro.
2) Esta, aliás, é a mensagem do anjo a Zacarias, pai de João Batista, em Lucas 1:17: “e irá adiante dele no espírito e virtude de Elias”. Ou seja, João Batista seria semelhante em muitos aspectos ao profeta Elias, assumiria uma posição profética semelhante à deste, mas não seria a sua reencarnação.
3) João Batista veio no mesmo espírito e virtude de Elias da mesma forma em que houve porção dobrada do espírito de Elias sobre Eliseu (2 Reis 2:9-15),2 ambos contemporâneos (o que significa que Eliseu não poderia ser a reencarnação de Elias). Eliseu foi sucessor de Elias, assim como João Batista também assumiu esta posição. O mesmo Espírito que repousava sobre Elias e, em porção dobrada, sobre Eliseu, repousava sobre João.
4) No livro de João, capítulo 1, versículo 21, João Batista é inquirido sobre a sua identidade: “E perguntaram-lhe: Então, quem és, pois? És tu Elias? E disse: Não sou“. A resposta foi categórica: não sou. E quem melhor para responder a essa pergunta senão o próprio João Batista (que, segundo Jesus, era profeta e, portanto, tinha autoridade para responder à pergunta)?
5) Em 2 Reis 2:11 lemos que Elias subiu ao céu num redemoinho, foi trasladado. Elias não sofreu morte física, portanto. Uma pessoa que não morreu não pode reencarnar, conforme a doutrina espírita.
6) Finalmente, o fenômeno da transfiguração (Mateus 17:1-13; Marcos 9:2-13; Lucas 9:28-36). Quem aparece a Jesus, além de Moisés? Elias, não João Batista, que teria sido a última identidade daquele, e assim deveria ter aparecido, segundo os Espíritas.3 Conforme a doutrina espírita, Elias haveria de assumir a sua última identidade – a de João Batista (então morto), o que não ocorreu.4

* Jó: Voltar ao Ventre da Mãe

Em Jó 1:21-22 lemos:


“E disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu, e o Senhor o tomou: bendito seja o nome do Senhor. Em tudo isto Jó não pecou, nem atribui a Deus falta alguma”. Jó 1:21-22


A controvérsia está na expressão “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá”. Estaria Jó professando a reencarnação? A resposta é não, absolutamente não!
Em primeiro lugar, se fôssemos analisar literalmente o que Jó disse, a interpretação seria de que ele estava afirmando que voltaria para o ventre da sua [mesma] mãe naquela sua [única] existência; ou seja, ao morrer, retornaria para o ventre de onde saiu. Mas, ainda essa literal interpretação é um equívoco tremendo.
Jó se referia, certamente, ao ventre da terra, pois era formado do barro e voltaria a ser pó, ou seja, voltaria para o interior da terra, sobre a qual estava prostrado. No capítulo 10, v. 9, Jó ora ao Senhor:


“Peço-te que te lembres de que como barro me formaste e me farás voltar ao pó”. Jó 10.9


O que ele disse tem consonância com o que está escrito em Gênesis 3:19:


“No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás”. Gênesis 3:19


Note bem: “até que te tornes à terra”; ou, nas palavras de Jó, “nu tornarei para lá”. No Salmo 139:15, Davi faz a mesma alegoria:


“Pois possuíste os meus rins; cobriste-me no ventre de minha mãe. (...) Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui feito, e entretecido nas profundezas da terra”. Salmo 139:15


No livro de Eclesiastes 12:7, vemos uma confirmação dessa assertiva:


“E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu”. Eclesiastes 12:7


Não vemos na Bíblia algo do tipo “e o espírito volte a outros corpos, até ser perfeito”. No texto de Eclesiastes acima, a idéia é uma só: o pó volta para terra e o espírito para Deus; não há possibilidade de retornos a outros corpos.
Para enterrar de vez a controvérsia, lembramos as próprias palavras de Jó confirmando que ele não acreditava na reencarnação, mas sim na ressurreição:


“Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a Deus, vê-lo-ei, por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros o contemplarão; e por isso os meus rins se consomem no meu interior” (Jó 19:25-27).


A expressão “ainda em minha carne verei a Deus, vê-lo-ei, por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros o contemplarão” indica claramente a idéia da ressurreição, tal qual o ensinamento bíblico.

* Nicodemos: Novo Nascimento

Nicodemos, membro do Sinédrio, fariseu, foi ter com Jesus, com quem teve um diálogo:


“- Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele”. Jesus disse-lhe: “- Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus”. Nicodemos tornou a perguntar: “- Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?” Ao que Jesus lhe respondeu: “- Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do espírito é espírito. Não te maravilhes de ter te dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (João 3:2-8).


O diálogo estabelecido entre Jesus e Nicodemos tem sido motivo de controvérsia. Entendem alguns que o texto indica a clara noção da reencarnação. Observe que a ingênua pergunta de Nicodemos não possui cunho reencarnacionista, embora possa dar a entender isso: “Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?” Voltar ao ventre seria reencarnação, segundo o entendimento reencarnacionista [Nicodemos fala em tornar a entrar no ventre da mãe, e não em reencarnar]. Jesus vai e desfaz tal entendimento: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus”. E acrescenta: “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do espírito é espírito”.
Biblicamente, nascer de novo é abandonar as velhas práticas pagãs e seguir a Cristo; é despir-se do velho homem, deixar que morra e nasça dentro de si uma nova criatura. O novo nascimento é, pois, espiritual, jamais físico ou reencarnacionista. Se uma pessoa nasceu apenas da carne, ele é carne; mas se nasceu do Espírito, ou melhor, se teve um novo nascimento em Cristo, ele é espírito, já não age pela carne:


“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Coríntios 5:17);


“E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os gentios, na vaidade da sua mente. (...) quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; E vos renovais no espírito da vossa mente; E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” (Efésios 4:17 e 22-24);


“Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão nem a incircuncisão têm virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura” (Gálatas 6:15).


Quanto a essa regeneração, Tiago escreveu:


“Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas” (Tiago 1:18).


E em 1 Pedro 1:23 ensina-se que fomos de novo gerados [e não reencarnados] de semente incorruptível, pela palavra de Deus [reencarnar significa pagar débito de vida anterior, o que seria uma semente corruptível]:


“Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre”. 1 Pedro 1:23


Receber a Cristo como único e suficiente Salvador é nascer de novo:


“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (João 1:12-13).


Este último texto é claro: não nasceram do sangue (gr ex haimatõn = “dos sangues” [no plural], significando que o novo nascimento não vem através de descendência humana). Não é descendência sanguínea, nem da vontade da carne, nem da vontade humana, mas através da aceitação de Cristo como único e suficiente Salvador.
Não se pode confundir regeneração, que é um novo nascimento moral e interior [espiritual], com a reencarnação, que seria o retorno da alma a outro corpo. O ensino de Jesus é no sentido de ser uma nova pessoa, transformada pelo poder de Deus. Lembramos que, no momento em que falou a Nicodemos, Jesus havia expulsado mercadores do templo, quando os judeus lhe perguntaram:


“Que sinal nos mostras para fazeres isto?” Jesus responde: “Derribai este templo, e em três dias o levantarei” (João 2:18-19).


Jesus falava do Seu corpo (v. 21), referindo-se à sua ressurreição três dias após à sua morte (v.22), o que dá nos a certeza de que Ele não se referia à reencarnação quando falou à Nicodemos.
Mais adiante (vs. 23-25), antes da conversa com Nicodemos, o Evangelista testemunha a onisciência de Jesus: Ele não confiava nos que nEle creram vendo os sinais que fazia, pois conhecia-os, sabia o que se passava em seus corações. Nesses incluía-se Nicodemos, a quem Jesus ensinou o novo nascimento, ou seja, a conversão do velho homem em um novo homem, regenerado pelo poder transformador de Deus. Tanto Nicodemos quanto os demais ali presente necessitavam desse novo nascimento, que não provém do sangue, nem da carne e nem da vontade do homem.

* Jesus: Antes de Abraão, Eu Sou

Criou-se, desde o início do Seu ministério, uma grande confusão em torno da pessoa de Jesus, ou de quem Ele seria na verdade. O livro de Lucas nos traz uma idéia dessa confusão:


“E o tetrarca Herodes ouviu todas as coisas que por Ele foram feitas, e estava em dúvida, porque diziam alguns que João [Batista] ressuscitara dentre os mortos; e outros que Elias tinha aparecido; e outros que um profeta dos antigos havia ressuscitado” (Lucas 9:7-8).


O livro de Mateus também nos fornece uma idéia da dimensão desta confusão:


“E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do Homem? E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias, e outros Jeremias, ou um dos profetas. Disse-lhe Ele: E vós, quem dizeis que eu sou? E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16:13-16).


Os textos bíblicos acima nos dão, antes de tudo, a certeza de que os Judeus criam realmente na ressurreição, não na reencarnação [a despeito de algumas seitas judaicas, como os fariseus e os essênios, haverem crido na metempsicose], pois entendiam que João Batista, que era contemporâneo de Jesus, havia ressuscitado, assim como os demais profetas citados. Também nos traz a certeza de que tudo [relativamente à pessoa de Jesus e de João Batista] não se passava de mera especulação, pois Elias foi confundido com João Batista e com o próprio Jesus. Quanto a Elias, o texto do livro de Lucas legitima a narrativa de 2 Reis 2:11 [segundo a qual ele foi trasladado – não morreu], ao informar que alguns pensavam que Elias tinha aparecido e não ressuscitado [ou mesmo reencarnado].
Ainda hoje há quem desvirtue textos bíblicos para, consciente ou inconscientemente, causar igual ou pior confusão da que fora estabelecida. A Bíblia, porém, não gera qualquer confusão; na sua interpretação [e a Bíblia interpreta a própria Bíblia], há de se observar as regras da hermenêutica, nessas se inserindo a observação do contexto bíblico em que o texto está inserido. Certo pregador costuma dizer com profunda razão: texto sem contexto é pretexto para heresia.
Há, dentro do espiritismo, a opinião de que, no texto de João 8:58 (Disse-lhe Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou), Jesus está reconhecendo que uma de suas reencarnações foi como Abraão. Na verdade, Jesus quis dizer que, antes que Abraão existisse, Ele já existia, pois, falando para os judeus, havia afirmado que este exultou por ver o Seu dia, e viu-o, e alegrou-se (v. 56). Observe que a admiração dos judeus ante a afirmação de Jesus confirma esta assertiva: “Ainda não tens cinqüenta anos, e viste Abraão?” (v. 57). Ao que Cristo responde: antes que Abraão existisse, EU SOU (gr. EGO EIMI).7 Em Hebraico essa expressão significa "Eu sempre fui, sou e sempre serei" (YHVH). Jesus estava, na verdade, expressando a sua divindade,8 negada pelos espíritas.
Ainda no livro de João (1:1-3) lemos que: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez”. 9 Jesus estava com Deus desde o princípio. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. A existência de Jesus antecede a todas as coisas, inclusive a Abraão:


“O qual é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criação; porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele” (Colossenses 1:15-17).


As palavras de João 1:1-3 são legitimadas pelas de Jesus: “Eu e o pai somos um” (João 10:30). Em João 17:5, Jesus ora ao Pai: “E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse”. A preexistência de Jesus é, pois, incontroversa na Bíblia, assim como a doutrina da ressurreição.
Vejamos mais um exemplo em Mateus 22:41-45:


“E, estando reunidos os fariseus, interrogo-os Jesus, dizendo: Que pensais vós do Cristo? De quem é filho? Eles disseram-lhe: De Davi. Disse-lhes ele: Como é então que Davi, em espírito, lhe chama Senhor, dizendo: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés? Se Davi, pois lhe chama Senhor, como é seu filho?”. Mateus 22:41-45


Cristo sempre demonstra a sua divindade,10 a sua existência anterior a todas as coisas e a sua participação na criação. Quem, pois, nega a divindade e os atributos divinos de Cristo, também nega ao Pai:


“Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? É o anticristo esse mesmo que nega o Pai e o Filho. Qualquer que nega o Filho, também não tem o Pai; mas aquele que confessa o Filho, tem também o Pai” (1 João 2:22-23);


“Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou” (João 5:23).


Jesus não somente desapoiou a doutrina da reencarnação, como também ressuscitou três dias após a sua morte para mostrar ao mundo a eficácia da palavra profética e o poder de Deus, confirmando a doutrina da ressurreição e pondo um ponto final nessa discussão sem fundamento.

Notas:
[1] “(...) A frase “Este é” freqüentemente significa “Isto representa,” ou “Isto é como,” ou “isto é um cumprimento de.” Por exemplo, Jesus falando do pão, disse: “Isto é o meu corpo” (Mateus 26:26); e, referindo-se à si mesmo: “Este é o pão...” (João 6:50).” (John Snyder, “Ressurreição ou Reencarnação?”. São Paulo: Edições Vida Nova: 1985, pág. 44).
(2 ) “...vemos o pedido de Eliseu para que lhe fosse dada "porção dobrada do espírito de Elias", feito ao próprio Elias. É evidente que o sentido não se referia ao espírito humano, mas à unção do Espírito Santo de Deus.” “...o nome "Elias", em hebraico, significa "meu Deus", conforme se pode conferir nesta passagem: "Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lemá sabactâni; que quer dizer, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Mt 27.46). Portanto, a profecia referente à vinda de Elias, antes do dia do Senhor (Ml 4.5) se refere a um profeta com a mesma unção de Elias. Era neste sentido que João Batista era Elias.” (Antônio Eduardo de Araújo Góes Newlands.
(3) Moisés tornou-se a representação da lei enquanto que Elias passou a simbolizar os profetas.
(4) Vide anotações sobre a identidade de Jesus na seção: JESUS: ANTES DE ABRAÃO, EU SOU.
(5) “Obedecendo a uma das regras de hermenêuticas (desconhecida dos espíritas), procuramos saber qual era o significado original da palavra ventre, e constatamos que os comentadores da Bíblia de Jerusalém (Edição espanhola, Desclee de Brouwer, Bilbao, Espanha, 1980, p. 656), sobre essa expressão de Jó esclarecem que o vocábulo ventre equivale, no original, à expressão “interior da terra”, ao pó de onde todos nós viemos e para onde vamos: “porque tu és pó e ao pó tornarás” (Gênesis 3.19)” (Jefferson Magno Costa, “Porque Deus Condena o Espiritismo”, Rio de Janeiro: CPAD, 1987, p. 160).
(6) “Nascer de novo foi traduzido do grego Ánoothen, que na realidade significa nascer do alto. Jesus explica a expressão dizendo que significa nascer da água (batismo) e do espírito (Espírito Santo)” (Tácito da Gama Leite Filho e Úrsula Regina da Gama Leite, Seitas Espíritas, Juerp: 1991, p. 89).
(7) “O “Eu sou” de Jesus em João 8:58 está em perfeita simbiose com o “Eu sou” de Deus em Êxodo 3:14”. (Samuel Fernandes Magalhães Costa, ob. cit., p. 100).
(8) “...Essa verdade tem sido atacada pelas falsas seitas, pelos falsos mestres e pelos falsos pregadores. Eles a atacam porque o reconhecer Jesus de Nazaré como Deus manifestado na carne implica em que reconheçam também que são pecadores totalmente depravados, sem esperança em si mesmos, e que somente pelo sangue de Cristo e pela sua justiça eles poderão ser salvos, perdoados e preparados para o céu. Eles não querem reconhecer essa verdade porque ainda se apegam à sua justiça própria, esperando alcançar a vida mais sublime, a vida celestial, mediante as obras de suas próprias mãos...” (L.R. Shelton Jr., A divindade de Cristo, Editora Fiel, pág. 7).
(9) Este é outro texto controverso. Segundo o kardecismo, tais declarações são opiniões pessoais de João: “Admitindo-se que não tenham sido alteradas, não exprimem, na realidade, senão uma opinião pessoal...” (Allan Kardec, Obras Póstumas – Obras Completas. Edição especial, Opus Editora, p. 1182). No entanto, o próprio Jesus declarou a sua divindade (João 10:38). O testemunho, tanto dos profetas como dos escritores neotestamentários, é no sentido de que Jesus é a segunda pessoa da Trindade.
(10) O Espiritismo declara que Jesus não é Deus, mas foi um médium de primeira grandeza, um espírito iluminado que teve por missão ensinar aos homens uma elevada moral. Cremos, com base nas Escrituras, que Jesus é a segunda pessoa da Trindade, o Deus forte (Isaías 9:6), o Verbo [Deus] encarnado (João 1:1), o Salvador (Atos 4:12), o Filho unigênito de Deus (João 3:16), o Todo-Poderoso (Apocalipse 1:8), o Eterno (Apocalipse 22:13) e o Criador de todas as coisas (João 1:3, 10). Inobstante, ensina o espiritismo: “Das suas afirmações espontâneas, deve-se concluir que ele não era Deus, ou que, se disse que era, voluntariamente e sem utilidade, fez uma afirmação falsa” (Obras Póstumas, Allan Kardec, pág. 132). Vemos que Kardec chama a Jesus, “a segunda revelação”, de mentiroso e falso. A ele, responde o profeta Isaías: “E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca” (Isaías 53:9). Concluímos, então, que mentiroso e falso é Allan Kardec, fazendo o jogo de Satanás: “Quem comete pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para isso o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo” (1 João 3:8).

Autor: M. Martins